sábado, 1 de julho de 2017

09/05/2017 - Os Cinco Budas Dhyani

Os Cinco Budas Dhyani

Os cinco Dhyani Budas são Vairochana, Akshobhya, Ratnasambhava, Amitabha, Amoghasiddhi. E a síntese dos cinco: Vajrasattva.
Assim, viemos, enviados pela mão direita de Deus, Brahman com a Palavra.
Não são figuras históricas, como Gautama Buddha, mas são "Buddhas celestiais" - seres elevados que simbolizam princípios ou forças divinas universais. Eles representam vários aspectos da consciência iluminada e curam a mente e alma e são guias para a transformação espiritual.
Cada Buda Dhyani é associado a certos atributos e símbolos. Cada um incorpora uma das cinco sabedorias, que são antídotos dos cinco venenos mortais que impedem o progresso espiritual do homem e o mantém preso à existência terrena. Os budistas ensinam que os Budas Dhyani são capazes de transmutar os cinco venenos em suas sabedorias transcendentes. O Livro Tibetano dos Mortos recomenda que o devoto medite nos Budas Dhyani de modo que suas sabedorias substituam as forças negativas que ele permitiu se desenvolver internamente.
Cada Buda governa um dos reinos cósmicos: éter, água, terra, fogo e ar.
Além disso, cada Buda Dhyani é associado:
·         a uma cor específica,
·         a um mudra (gesto de mão),
·         a um animal simbólico que sustenta seu trono,
·         a um símbolo sagrado 
·         a um bija (sílaba semente)
O bija representa a essência do Buda Dhyani. Pode ser usado com a sílaba sagrada OM e com o nome do Buda para criar um mantra e evocar o poder e a presença do ser divino. E cada vez que você recita os mantras bija, você os puxa para os níveis da terra.
Todos os mantras dos Budas invocam a chama violeta, portanto, quando você recita os mantras budistas, você está chamando a chama violeta.
A chama violeta é a chave para o coração dos Dhyani Buddhas,  pois através dessa chama violeta, você entra nos raios secretos e em todo seu poder.
Quando você está saturado com a chama violeta, é impossível não ter alegria, não ter felicidade, não se sentir vitorioso. Você tem a sensação de que nada e nenhuma pessoa, lugar, condição ou coisa pode jamais tirar de você a sua vitória, o seu propósito. 

Mandalas: Mapas Para A União Mística
Os budistas frequentemente retratam os Budas Dhyani numa mandala. Um Buda Dhyani é posicionado no centro, bem como em cada ponto cardeal da mandala.
Mandala é uma palavra sânscrita que significa "círculo", um círculo que denota a totalidade, a completude e a perfeição da budicidade
As mandalas eram originalmente compostas no chão em frente do meditador e, portanto, orientadas em direção à pessoa que as está contemplando. O ponto mais próximo do contemplador, na base da mandala, é o Leste. A mandala continua em sentido horário, seguindo o curso do Sol, com o Sul à esquerda do contemplador, Oeste no topo e o Norte à direita.
O praticante entra na mandala através do portão oriental, a porta em frente à qual está sentado.
A mandala é um espaço sagrado e os budistas usam mandalas para ajudá-los na meditação e visualização. E todas originaram-se de bija-mantras das divindades.
Mandalas são ricas em simbolismo. As séries de círculos na periferia da mandala simbolizam proteção contra influências externas. O círculo mais externo das chamas significa o conhecimento que destrói a ignorância ou simboliza o mundo que o devoto abandona, assim que ele entra na mandala.O anel das pétalas do lótus dentro do círculo de fogo significa o mundo espiritual, o renascimento espiritual, o desabrochar da visão espiritual ou a pureza do coração que é necessária para a efetiva meditação.
A parte central da mandala (representada pelo quadrado dentro do círculo) simboliza o palácio ou o templo, com quatro portões nos quatro pontos cardeais. Fora das paredes do palácio, há símbolos propícios e vitoriosos.
Nessa mandala, cada portão é orlado por um estandarte de vitória e um precioso para-sol (ou guarda-chuva). O estandarte de vitória simboliza a vitória da espiritualidade ou a vitória do corpo, mente e fala sobre todos os obstáculos. O para-sol simboliza a dignidade real e a proteção contra os obstáculos, prejuízos e o mal.
Os quatro portões do palácio conduzem para o círculo mais interno, o foco da mandala.
Portanto, com todos esses simbolismos, a mandala não é mera imagem externa do poder celestial. Os Budistas acreditam que uma mandala é um receptáculo do poder sagrado que ele retrata. O propósito de cada uma das imagens simbólicas é ajudar o meditador a realizar o poder divino dentro de si e a alcançar sua própria perfeição interna.
Os cinco Budas não permanecem em formas divinas remotas em céus distantes, mas descem entre nós. Eu sou o Cosmos e os Budas estão em mim.
O Dalai Lama ensina: "Mandala, em geral, significa aquilo que extrai a essência... O principal significado da mandala é para entrar em seu interior e extrair a essência, no sentido de receber bênçãos. É um lugar para obtenção da magnificência."

A Arte Sagrada Do Tibet
Essa litografia é baseada nas tradicionais mandalas budistas tibetanas. As imagens dos Cinco Budas Dhyani são fotografias dos refinados entalhes de estátuas tibetanas e nepalesas, esculpidas entre os séculos XIII e os primórdios do XV, quando as representações desses Budas eram populares. Pelo fato de serem seres celestiais e não-históricos, os Budas Dhyani são mais frequentemente representados com joias e uma coroa do que em simples mantos de um Buda.

Os 5 Budas Dhyani

v  Vairochana

O nome Vairochana significa "Aquele que é Como o Sol" ou "O Radiante".  Sua sabedoria é a Sabedoria do Dharmadhatu, o Reino da Verdade, onde todas as coisas existem como realmente são. A sabedoria de Vairochana é também referida como a Sabedoria Onipresente do Dharmakaya, isto é, o Corpo da Lei ou a natureza búdica absoluta. A Sabedoria do EU SOU O QUE EU SOU.
Sua sabedoria é o antídoto para o veneno da ignorância ou ilusão.
Vairochna normalmente está localizado no centro da mandala dos Budas Dhyani. De acordo com alguns textos, ele se posiciona a Leste. Sua cor é branca (ou azul), simbolizando a consciência pura. Ele governa sobre o elemento éter .
 Seu símbolo é dharmachakra, a Roda do Ensinamento ou a Roda da Lei. Denota o ensinamento do Buda, seus oito raios representam as Oito Nobres Sendas que Gautama revelou em seu primeiro sermão, após a iluminação.
O trono de lótus de Vairochana é sustentado por um leão, símbolo da coragem, ousadia e um espírito zeloso, impetuoso e avançado.
O mudra de Vairochana é o mudra do dharmachakra, o gesto de girar a Roda do Ensinamento (há muitas variações deste mudra, uma forma que os tibetanos usam é colocar ambas as mãos ao nível do coração. A palma da direita está voltada para fora e a palma da mão esquerda está voltada para dentro. Um círculo é formado pelo polegar e indicador da mão direita e um segundo círculo é formado pelo polegar e dedo indicador da mão esquerda. Os dois círculos tocam nas pontas dos polegares e dedos indicadores).
 Por ele personificar a sabedoria de todos os Budas, o bija de Vairochana é o som universal Om. Seu mantra é: Om Vairochana Om.

v  AKSHOBHYA

O nome Akshobya significa "Imutável" ou "Inabalável".
A Sabedoria que reflete todas as coisas, calmamente e sem crítica, como num espelho, revelando a verdadeira natureza. A Sabedoria Semelhante ao Espelho é o antídoto dos venenos do ódio e da raiva.
Na mandala dos Cinco Budas Dhyani, Akshobya é geralmente posicionado a Leste (que é na base), mas às vezes, é colocado no centro. Sua cor é azul. Ele rege o elemento água. O trono de lótus de Akshobya é sustentado por um elefante, símbolo de firmeza e força.
 Seu símbolo é o Vajra, também chamado de raio ou cetro de diamante,
representado na mandala, acima de sua cabeça, diretamente abaixo de Vairochana. O Vajra denota iluminação, a natureza indestrutível, adamantina da pura consciência, ou a essência da Realidade. Em algumas tradições, o Vajra significa a união do homem com o Buda; uma extremidade do Vajra simboliza o reino macrocósmico do Buda e a outra extremidade o reino microcósmico do homem.
O mudra de Akshobya mostrado é o Bhumisparsha Mudra, o gesto de tocar o chão, produzido pela sua mão direita (as pontas dos dedos da mão direita tocam o chão ou pendem sobre o joelho direito, com a palma virada para dentro). Denota o estado inabalável, de estabilidade. Esse é o mudra que Gautama Buda usou para chamar a Terra para que testemunhasse o seu direito de atingir a iluminação, quando ele foi desfiado pelo Mal, Mara.
O bija de Akshobya é Hum e o seu mantra é: Om Akshobya Hum.

v  RATNASAMBHAVA

O nome Ratnasambhava significa "A Joia Nascida Una" ou "Origem das Joias". As Três Joias são o Buda, o Dharma e a Sangha. O Buda é o Iluminado, o Guru, o centro da roda da Lei. O Dharma é o Ensinamento, ou a Lei. A Sangha é a Comunidade.
A Sabedoria da Igualdade é o antídoto para o veneno do orgulho espiritual, intelectual e humano.
Ratnasambhava é o Buda Dhyani do Sul. Sua cor é amarela, a cor do Sol qdo está em seu ponto mais alto. Ele governa sobre o elemento terra. Às vezes, ele é mostrado segurando seu símbolo, o ratna (joia) ou chintamani (joia da realização de desejos, que concede todos os desejos). O chintamani é um símbolo da mente libertada. Na mandala, o triratna é posicionada entre Ratnasambhava e Vairochana.
O animal que sustenta o trono de Ratnasambhava é o cavalo, denotando ímpeto e libertação.
O mudra de Ratnasambhava, formado aqui pela sua mão direita, é o varada mudra. É um gesto de dar, ou de caridade, que o retrata oferecendo compaixão e proteção a seus discípulos (a palma da mão direita está voltada para fora e os dedos são direcionados para baixo). Seu bija é Tram e seu mantra é: Om Ratnasambhava Tram.

v  AMITABHA

O nome Amitabha significa "Luz Infinita". A Sabedoria Discriminativa de Amitabha é o antídoto para o veneno das paixões - todos os desejos exacerbados, a ganância, a cobiça e a luxúria.
Na mandala dos Budas Dhyani, Amitabha está posicionado a Oeste. Sua cor é rosa (vermelha), a cor do pôr do sol. Ele governa sobre o elemento fogo. Portanto, o olho e a faculdade de ver são associados a Amitabha. O pavão, com "olhos" nas plumas, é o animal que sustenta o seu trono. O pavão simboliza a graça.
O símbolo de Amitabha é o padma, ou lótus, colocado entre ele e Vairochana, nessa mandala. No Budismo o lótus pode simbolizar muitas coisas, incluindo o desenvolvimento espiritual, pureza, a verdadeira natureza dos seres, conquistada através da iluminação e a compaixão, a forma purificada de paixão.
Seu mudra é o mudra dhyana (meditação - as mãos descansam no colo com as palmas para cima, a mão direita em cima da esquerda). Seu bija é Hrih e seu mantra é: Om Amitabha Hrih.

v  AMOGHASIDDI

O nome Amoghasiddhi significa "Conquistador Todo-Poderoso" ou "Aquele que Infalivelmente Alcança Sua Meta". A Sabedoria da Ação Perfeita, é o antídoto para os venenos da inveja e do ciúme. Essa sabedoria confere perseverança, julgamento infalível e ação sem falha.
Amoghasiddhi é o Buda Dhyani do Norte. Sua cor é verde, significando o Sol à meia-noite. Governa o elemento ar.
Seu símbolo é o vishvavajra, ou vajra duplo, representado entre Amoghasiddhi e Vairochana nessa mandala. É feito com dois vajras cruzados e simboliza a mais alta compreensão da verdade e o poder espiritual de um Buddha.
O trono de Amoghasiddhi é sustentado por garudas. Um garuda é uma figura mítica, metade homem e metade pássaro. Em relação a Amoghasiddhi, Lama Govinda diz que o garuda simboliza “o homem em transição rumo a novas dimensões de consciência, a transição do humano para o estado sobre-humano, que toma lugar na misteriosa escuridão da noite, invisível aos olhos”.
O mudra de Amoghasiddhi, formado aqui pela sua mão direita, é o abhaya mudra. É o gesto do destemor e da proteção (a mão direita é levantada na altura do ombro com a palma virada para fora e os dedos para cima). O bija de Amoghasiddhi é Ah e seu mantra é: Om Amoghasiddhi Ah.

v  VAJRSATTVA

                   O nome Vajrasattva foi traduzido do sânscrito como "Ser de diamante," natureza do diamante "e" Indestrutível". A raiz vajra significa o" diamante”, representado por um raio de diamante.
              No caminho místico do budismo Vajrayana, Vajrasattva representa o princípio de pureza e purificação. Lemos na Enciclopédia da Filosofia e Religião Oriental que "Vajrasattva encarna a capacidade de eliminar as impurezas espirituais de todos os tipos, particularmente os compromissos negligenciados em relação ao próprio professor e ao próprio desenvolvimento espiritual".
              Essa é uma maneira muito interessante de abordar Vajrasattva - compromissos negligenciados. Uma das primeiras lições ensinadas por El Morya é “não assuma um compromisso a menos que você esteja absolutamente certo de que você vai conseguir comprí-lo”. Não seja descuidado com suas palavras, prometendo isto e aquilo e nunca chegando com essa promessa.
              Vajrasattva é a síntese dos Cinco Buddhas Dhyani; ele integra a Sabedoria de todos os cinco. Os mestres ascensos ensinam que Vajrasattva personifica os cinco raios secretos e os cinco elementos, bem como as cinco personalidades dos Cinco Dhyani Buddhas. O termo “ Dhyani Buda” é mais ou menos traduzido do sânscrito como “Meditação Buda.”
              Além disso, os mestres ascensos ensinam que Vajrasattva encarna uma sexta sabedoria - a Sabedoria da Vontade do Diamante de Deus, que é antídoto para um sexto veneno - o veneno da Não-Vontade e do Não Temer, do medo, da dúvida e da não crença em Deus.
              O bija de Vajrasattva é Hum.

O Poder do Vajra e a Condição de Seu Uso
Quanto maior o impulso de piedade dentro de você, maior o poder de sua palavra falada para enviar o raio com a palavra "Vajra".
              Quando você diz esse nome, Vajra, a palavra falada do raio, é personificado sendo como Deus. A condição é usá-lo com amor. Use-o em pureza. Nunca , nunca use os poderes de Deus para destruir seus inimigos, pois você será imediatamente despojado de todo poder se você fizer isso. Nunca use o nome de Deus ou um fiat ou um mantra quando você não está em harmonia, não centrado no amor, na sabedoria e na vontade de Deus.
              Tenha cuidado com o uso da palavra falada, pois você tem mais energia do que alguma vez teve pelo uso dessa palavra. Não faça os fiats se você não controlou primeiramente a raiva ou outras emoções. O uso de uma palavra como Vajra é sagrado, profundamente santo. Mas seu uso indevido criará uma perda instantânea do presente, permanentemente.
              Quando você invoca todos os cinco de nós no preâmbulo de qualquer decreto, você invoca os poderes para antídoto dos cinco venenos. E quando você chamar Vajrasattva para antídoto do sexto, os Budas Dhyani entrarão na formação da estrela de seis pontas. Os antídotos serão aplicados se fossem um antiséptico a uma ferida aberta. Os Budas aplicarão o antídoto em nós, nossa, espírito, aos nossos quatro corpos inferiores e aos nossos chakras.

              Vajrasattva explica em um ditado que:
“Há uma escassez de desenvolvimento da alma nesses raios, que encarnamos; Pois quase nunca a humanidade se vê capaz de dominar mesmo um dos sete raios, muito menos dois ou cinco ou sete desses raios. Portanto, não é necessário que eles procedam a internalizar os cinco raios secretos. Consequentemente, não revelamos os tons de cor interna dos cinco raios secretos, embora o budismo tradicional atribui um tom de cor a cada um de nós.”

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