“... e
então, no dia de Wesak, o nosso Senhor Gautama Buda vem até nós. Seu corpo de
luz torna-se quase físico. Podemos tocar suas vestes celestiais e nos
banhar na luz das joias que ornamentam seu Manto..."
O
que é o WESAK?
Os estudantes dos ensinamentos da Grande Fraternidade Branca comemoram
o nascimento de Buda, a sua iluminação e sua ascensão "quando o Sol está
em Touro e a lua cheia em Escorpião", dia que se tornou conhecido como o
"dia de Wesak" e que pode acontecer tanto em abril quanto em maio.
Maio, em sânscrito, é Wesak, o que originou o nome desta importante
celebração espiritual. Nesta data, há a rememoração da vida de Buda, mas a sua
maior importância está na bênção que Ele oferece à humanidade, uma bênção de
grande alcance. É uma ocasião na qual devemos elevar nossos pensamentos para
Buda, reverenciar Sua presença e nos preparar para receber a Sua bênção.
Em paralelo,
no plano etéreo da Terra acontece um evento celestial de grande potência.
Gautama Buda aproxima-se o máximo possível de nós para intensificar a luz nos
corações de todos que estão sob seus cuidados e sob a influência do seu cargo
espiritual.
A Celebração
de Wesak é do ponto de vista espiritual, um acontecimento extraordinário. O que
acontece nesse dia tem influência sobre toda a vida na Terra, durante todo o
ano. É uma época para nos sintonizarmos com Gautama Buda, refletir sobre Seus
ensinamentos e nos iluminar com a proximidade da Sua Presença.
A maioria das
pessoas não sabe a respeito desse importante evento celestial, mas isso não as
impede de receber os benefícios da bênção de Gautama Buda.
Nessa data,
uma comitiva celestial formada por Mestres e Mestras ascensos aproximam-se da
Terra o máximo possível, tornando-se "quase físicos". Eles vêm acompanhados
por anjos e também por discípulos mais avançados, irradiando sobre a Terra a
luz de Suas auras, de uma forma muito mais intensa do que o fazem normalmente;
abençoam a vida, a matéria do nosso planeta, os templos sagrados, as pessoas,
as nações.
Embora o
ritual celestial da benção dure, na nossa perspectiva, poucos minutos (8
minutos), as emanações de bênçãos antecedem ao momento do ritual e prosseguem
nos dias seguintes.
Segundo os
ensinamentos da Grande Fraternidade Branca, Gautama guarda na sua aura de
dimensões planetárias, todos os que estão evoluindo na Terra e mantém
contato com todos por meio de uma filigrana de luz que sai do seu coração para
o coração de cada um de nós. Esse contato sustenta nossa caminhada evolutiva e
alimenta-nos na senda espiritual. No dia de Wesak esse contato é fortalecido e
toda a vida na Terra é abençoada. Nesta benção anual são incluídos também
anjos, mestres ascensos, bodhisattvas e elementais.
A Bênção de Gautama Buda
O ritual de
Wesak sinaliza o ponto máximo de bênção espiritual para o mundo.
Por meio do
esforço conjunto do Cristo e do Buda, durante o ritual durante abre-se um canal
de comunicação entre a humanidade e Deus, através do qual o Amor e a Sabedoria
do Próprio Deus podem fluir ao mundo. No momento da lua cheia, é como se uma
porta fosse aberta para fazer escoar a poderosa bênção. Através dela os
discípulos podem colocar-se em contato com altíssimas energias, difíceis de
serem alcançadas de outro modo. Através desta porta pode-se chegar, neste dia,
Àqueles que guiam a humanidade; nessa hora, aumenta a possibilidade de expansão
da consciência dos devotos e da humanidade em geral, mais difícil de ser
alcançada em outros momentos. E durante todo o ano, as emanações desse dia
especial continuam, ajudando a humanidade no seu despertar.
É um momento
de extraordinário fluxo de vida e estímulo espiritual para todos.
Quem é Gautama Buda?
O estado búdico
O nome Buda
significa “o iluminado”. Vem de Budh, em sânscrito, que significa despertar,
conhecer, perceber.
Indica um
cargo na hierarquia espiritual, um estado evolutivo, que é alcançado quando o
ser se submete a determinadas iniciações específicas para este cargo e alcança
a vitória naquelas iniciações.
De modo
geral, as pessoas costumam designar o Ser que ocupa o cargo com o nome do
próprio cargo. Por exemplo, diz-se de Jesus: "o Cristo",
referindo-se ao estado crístico que Ele alcançou. Da mesma forma, diz-se de
Gautama: "o Buda", referindo-se ao estado búdico que Ele alcançou.
Cargos espirituais desta magnitude
podem ser alcançados por muitos seres que vão atingindo paulatinamente elevados
patamares evolutivos. No entanto, para a grande maioria da humanidade, quando
se fala "Buda", logo se imagina tratar-se de Gautama e quando se fala
"Cristo", logo se imagina tratar-se de Jesus.
As representações de Gautama
As representações artísticas de
Gautama realçam os aspectos divinos que manifestou em vida. No alto da cabeça,
há sempre uma elevação, simbolizando o chacra da coroa elevado, o lótus das mil
pétalas, o chacra da iluminação. Suas mãos estão em posturas especiais: os
mudras, que mudam de acordo com a característica que se quer realçar. É comum
também expressar-se artisticamente Gautama em postura de meditação, que mostra
sua conexão com o estado interior da vida.
O cargo de "Senhor do Mundo"
Este cargo
foi ocupado por Sanat Kumara, desde sua vinda para a Terra, até recentemente,
quando passou o cargo para Gautama. É o cargo mais elevado na Hierarquia
Espiritual na Terra. No dia 1º de janeiro de 1956, Gautama Buda recebeu o Manto
de “Senhor do Mundo”.
O cargo de
“Senhor do Mundo” implica sustentar a linha da vida das evoluções da Terra
através da chama do seu próprio coração. Gautama Buda mantém a Chama Trina para
as evoluções da Terra através de uma filigrana de luz que se estende a partir
do seu coração para o coração de todo filho e filha de Deus.
Assim como Sanat Kumara veio a Terra
guardar a Chama da Vida, Gautama realiza o mesmo serviço, sendo parte de todos
os que evoluem na Terra. À medida que os discípulos evoluem na sua capacidade
de gerar e manter a luz vão se tornando capazes de sustentar a própria Chama
Trina e a vida pulsando em seus corpos. Se Gautama retirasse Seu apoio,
teríamos muita dificuldade para manter nossas vidas. A maioria das pessoas não
sabe de onde vem à fonte da energia que lhes permite sobreviver até que tenham
a condição de manter sua própria luz.
A História de Gautama Buda
Gautama foi o
porta-voz das evoluções venusianas, quando ficaram sabendo que Sanat Kumara
viria para a Terra, em serviço. Ele se apresentou junto com 144 mil venusianos
diante do palácio de Sanat Kumara. Da varanda, Mestra Vênus e Sanat Kumara os
ouviam enquanto diziam que acompanhariam seu Guru até a Terra. Já na Terra, os
venusianos construíram Shamballa, aguardaram a vinda de Sanat Kumara e deram
sua inestimável contribuição para que a humanidade se erguesse. Em seguida, ao
longo do tempo, fizeram a longa caminhada até a sua ascensão.
Buda foi o
primeiro a ascender. Depois, Maitreya. Gautama tornou-se o "Senhor do
Mundo". Maitreya tornou-se o "Cristo Cósmico" e "Buda
Planetário". Gautama ocupava, anteriormente, o cargo de "Cristo
Cósmico" e "Buda Planetário". Na mesma ocasião, Maitreya ocupava
o cargo de "Instrutor do Mundo", e que o passou a Jesus e Kuthumi.
Jesus ocupa o cargo de "Cristo Pessoal", sendo o modelo do
Santo Cristo Pessoal de cada um.
A Última Encarnação de Buda
O nascimento
Na sua última
encarnação, nasceu por volta de 563 A.C., aos pés do Himalaia, ao norte da
Índia, no dia da lua cheia no mês de Wesak. Era filho do governante do clã
Shakya e membro dos Kshatriya, ou casta guerreira e governante.
No quinto dia
depois de seu nascimento, o rei selecionou 8 brâmanes(membros da casta
sacerdotal) para ler o destino da criança através da interpretação dos sinais
do seu corpo. Foram identificados os sinais que o predestinavam a ser um grande
homem. Sete dos eruditos concordaram que, se ficasse em casa, tornar-se-ia
um rei universal, unificando a Índia, mas que, se saísse se tornaria um Buda e
removeria o véu de ignorância do mundo. O oitavo brâmane declarou que,
definitivamente, Ele se tornaria um Buda, renunciando ao mundo depois de ver
quatro sinais: um ancião, um enfermo, um homem morto e um sacerdote.
A criança recebeu o nome de Sidarta,
que significa: “aquele que cumpre sua missão”.
Vida no palácio
O rei, preocupado com as predições,
fez tudo o que podia para evitar que seu filho tivesse contato com a dor, o
sofrimento, a doença e a morte. Ele o cercou de todo luxo, dando-lhe, entre
outras coisas, três palácios. Aos 16 anos Sidarta se casou. Dez anos depois
nasceu seu único filho. Apesar de sua vida principesca, mantinha-se
insatisfeito e inquieto.
O famoso passeio
Aos 29 anos,
deu-se a grande virada em sua vida. Ao fazer os seus quatro famosos passeios,
viu um ancião decrépito apoiado num cajado, um homem piedoso coberto de chagas
deitado no chão, um cadáver e, finalmente, um monge vestido com uma túnica
amarela, de cabeça rapada e com uma tigela de esmolas nas mãos.
Cheio de compaixão pelos três
primeiros sinais, Sidarta compreendeu, pela primeira vez na vida, a existência
terrena, sujeita ao envelhecimento, à doença e à morte. O quarto sinal lhe
indicou a possibilidade de uma alternativa de não sucumbir na condição humana.
Sidarta teve, então, a determinação de descobrir a causa e a cura do sofrimento
humano. Deixou sua esposa e seu filho recém-nascido, para seguir a senda de um
asceta, pessoa que leva uma vida extremamente regrada buscando a perfeição.
Durante 6 anos levou uma vida severa de privações e, nesse período, Mara, a
personalização do mal, aproximou-se de Sidarta, para persuadi-lo de sua
intenção; mas Sidarta permaneceu firme na sua determinação.
Ascetismo
Ao final desse período, com o corpo
esquelético, no limite de suas forças, sem conseguir raciocinar com coerência,
compreendeu que o enfraquecimento do corpo não o conduziria ao despertar; que a
vida de privações não valia mais que a vida de prazeres. Renunciou, então, ao
ascetismo e voltou a se alimentar. Seus discípulos o abandonaram,
escandalizados. Seguiu, então, o seu próprio caminho, procurando a verdade.
Ficou na aldeia vizinha, aceitando comida dos aldeões e recuperando a saúde. Um
dia, estava sentado debaixo de uma figueira para meditar, quando uma mulher
veio entregar-lhe alimento. Ela prometera fazer uma oferenda especial de
alimentos para a deidade da árvore, se desse à luz a um filho homem. Ao ver
Sidarta, entregou-lhe o precioso leite de arroz que preparara, confundindo-o
com a deidade da árvore. Sidarta alimentou-se e após a refeição fortalecedora,
ele se banhou e sentou-se debaixo da figueira. Ele estava com 35 anos.
A tentação e a iluminação
Sentado sob a
figueira, que ficou conhecida como a árvore Bo, (de Bodhi, iluminação)
fez o voto de que ficaria debaixo da árvore até atingir a iluminação. Mara
voltou para confrontá-lo. Hordas de demônios e uma escuridão total o
envolveram. Mas ele se recusou a deixar sua posição. Permaneceu impassível,
sereno, imóvel, enquanto à sua volta se desencadeava a tempestade das formas
ilusórias.
Gautama
conta, num dos seus ditados à Mensageira Elizabeth Clare Prophet: “como última
tentativa, Mara contestou o meu direito de buscar a iluminação e tornar-me um
Buda. Ele queria o Meu lugar de meditação. Ele disse: “esse lugar me pertence”.
E chamou sua comitiva para testemunhar o seu direito. As hordas de demônios
gritaram: “somos tuas testemunhas”. Chamei então a Mãe Terra, para que fosse
minha testemunha. Bati na terra com a mão direita (Bhumisparsha mudra –
Akshobhya). A terra tremeu e disse: “Sou Tua Testemunha”. E Mara fugiu. Livre
de obstáculos, minha mente se abriu para sucessivas revelações e atingi a
iluminação.”
Sidarta passou o resto da noite em samadhi
(estado meditativo mais elevado de consciência divina) e alcançou a iluminação.
Isso aconteceu na noite da lua cheia de Wesak, por volta do ano 528 A.C.
Ensinando
Fez seu
primeiro sermão para os seus cinco companheiros anteriores, que se tornaram
seus primeiros discípulos. Ensinou durante 45 anos, percorrendo os caminhos da
Índia e fundou uma ordem de monges. Um dia, voltou ao reino de seu pai, e sua
esposa e seu filho o acompanharam.
Ele diz: “Minha vida não foi uma
caminhada suave com meus seguidores. Precisei lutar com meu maléfico primo,
Devadatta. Ele quis destruir a sangha (comunidade) a partir do seu interior.
Assim, tornou-se membro de destaque da comunidade. Perdi 500 monges por causa
das suas mistificações(farsas). Ele tentou matar-me três vezes. Mas mantive-me
no meu posto. Eu tinha nascido na casta dos guerreiros e fora treinado em artes
marciais. Mesmo assim, não lutei com ele. Tinha
aprendido uma forma diferente de lidar com aqueles que atacam a luz búdica:
dissolver as suas más intenções pelo
poder amoroso dos raios secretos(5 Budas Dhyani). Uma vez, Devadatta
ordenou aos guardadores de elefantes que soltassem um elefante enlouquecido.
Ele esperava que o animal me pisasse até a morte, enquanto eu dava meu passeio
matinal. Queria ocupar a minha posição de Buda. Concentrei minha atenção bem funda no coração e na câmara dos raios
secretos . Eu estava em paz. Levantei a mão direita na postura do mudra do
destemor(Abhaya mudra – Amoghasiddhi). Subitamente cinco leões seguidos por
cinco raios de cores diferentes saltaram de meus dedos. Esses raios búdicos fizeram
o elefante estacar por completo.”
Morte
Aos 80 anos, Gautama ficou seriamente
doente e quase morreu. Mas reviveu a si mesmo, por achar que os discípulos não
estavam ainda convenientemente preparados. Concluiu a instrução de seu
primo Ananda, seu discípulo mais próximo. Viajou mais três meses. De acordo com
a tradição, Gautama parou na casa de Cunda, o ourives, um dos seus seguidores
devotos. Sem o saber, Cunda serviu a Gautama uma refeição que continha
cogumelos venenosos. Gautama ficou seriamente doente. Preocupado por Cunda se
sentir responsável pela sua morte, Gautama pediu a Ananda para dizer que, de
todas as refeições que fizera na vida, duas se sobressaíram por suas bênçãos
especiais: uma foi a refeição que lhe fora servida antes da iluminação e a
outra a comida que lhe abriu as portas para a transição. Gautama morreu na lua
cheia de maio, por volta do ano 483 ac.
Ensinamentos
Gautama não deixou nada escrito. Seus
ensinamentos foram verbais e ficaram na memória dos seus discípulos, que foram
transmitindo-os oralmente, por repetição, nos diversos mosteiros da Índia. Só
muito tempo depois, no séc. IV A.C é que vieram a ser transcritos e conhecidos
como Tripitakas.
No primeiro
sermão de Gautama após a sua iluminação, Ele explicou que devíamos evitar os
extremos da abstinência e do sofrimento, para alcançarmos o caminho do meio. “Nem
a abstinência, nem sacrifício purificará o homem que não estiver livre das suas
ilusões".
Gautama
ensinou sobre as quatro nobres verdades:
1- A vida
é dukkha* (sofrimento): *palavra pali (língua sagrada falada no sul
da Índia, derivada do sânscrito).
2- A causa
deste sofrimento é o tanha* ( desejo ou vontade insaciável)
3- O sofrimento
cessa quando o desejo que o provoca é abandonado e superado. Este estado de
libertação através de cessar o sofrimento conduz ao nirvana.
4- O caminho
para a libertação é viver segundo a senda óctupla, ou caminho do meio.
No Ocidente
temos uma tendência maior para com a indulgência - abstinência e no Oriente,
para a mortificação - sofrimento. Precisamos do caminho do meio. Gautama
ensinou que o Caminho do Meio conduz a seis condições de consciência: inspiração, sabedoria, serenidade,
conhecimento superior, iluminação e nirvana.
As 4 nobres verdades podem ser melhor entendidas
desta forma, à luz dos ensinamentos da GFB:
1- O sofrimento, a dor são universais. Ninguém pode livrar-se deles, desde o
nascimento até a morte. A vida é sofrimento. As pessoas sofrem desde que nascem
até morrerem.
2- A causa da dor e do sofrimento é o desejo humano,
o desejo do ser inferior, o apego e a ilusão, que nos induzem a nascer e a
continuar a desejar humanamente e a sofrer. Para satisfazer os desejos do ser
inferior, a pessoa comete erros e adquire carma; fica preso no carma e na roda
das encarnações, o que provoca mais sofrimento.
3- A libertação da dor e do sofrimento é obtida
através da supressão do desejo humano, da ausência de paixões, de ilusões, dos
apegos; é fazer cessar todo desejo que não seja do ser divino, os únicos
desejos que devem ser acatados. Repudiar os desejos inferiores. Viver de acordo
com as necessidades do ser divino.
4- A forma de alcançar a libertação da dor e do
sofrimento é trilhar o Caminho Óctuplo, o Caminho do Meio. Consiste em: visão
correta (compreensão), motivo ou atitude mental corretos (intenção), fala
correta (palavra), ação correta, modo de vida correto, esforço correto
(disciplina), atenção correta (mente), contemplação correta (samadhi)
Fonte: Instituto Aura Mater e Pérolas de Sabedoria
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